samedi, octobre 16, 2010

Vivendo a experiêcia em uma emergêcia no Quebec.

Quinta-feira, dia do tão esperado volei com os amigos. Depois de uma semaninha de um pouco de trabalho e estudos pela noite, la fui eu para mais uma partida com os amigos.

Normalmente nos reunimos nas terças e quintas pela noite, de 6 as 8. Como eu estou estudando na terça a noite, minha diversão se restringe uma vez na semana.

Fizemos o aquecimento habitual. Corta aqui, levanta ali, manchete acolá e um novo exercício que o Jerry tinha me ensinado no paredão. Tudo pronto para começar.

O jogo começa frio, cada qual olhando para o outro lado da quadra sem maiores aspirações. Na segunda bola do jogo, Thiago recebe de manchete, Jerry levanta perfeito, e eu, achando que era Vissotto, solto o braço, e sinto o braço literalmente soltar...



Caio no chão gritando de dor, sabendo que o ombro está em um lugar que ele não deveria estar, desgarrado do corpo. Nessa hora queria ter o conhecimento de como recolocar o ombro no lugar, mas nao o tinha.

Sei que tinha que ir ao hospital, mas qual, aonde? Eu nunca tinha ido a uma urgência de um hospital aqui no Quebec, a nao ser com uma turista Mexicana que passou todo o dia sentada para receber uns pontos.

Jerry e Thiago, sempre ao meu lado, me ajudaram a locomover. A dor era insuportável. Fomos ao hospital Juif (Judeu) e nos tomou uns 10 minutos até acharmos a urgência. Antes de qualquer coisa, passamos pela triagem. Uma enfermeira me pergunta o que aconteceu. Respondo sem querer falar demais, tentando assim amenizar a dor. Ela me coloca como prioridade e me manda registrar. Como eu não tenho meu dossier neste hospital passo por esta burocracia de nomes, endereços, alergias etc.

Nao tenho idéia de quanto vai durar. Estava apavorado com o pensamento que poderia passar toda a noite a espera. A dor parecia aumentar, talvez por ter me corpo ja frio a este momento. Tentamos ficar conversando para enganar o tempo. Logo surgiram as piadinhas que eu não estava sendo atendido porque tenho o sobrenome libanês, e digamos que Líbano e Israel não são os melhores amigos neste momento.

A Pat também veio ao meu socorro, liberando assim nossos amigos que pacientemente esperavam ali comigo. Fui chamado depois de 1 hora de espera. Dentro da area de emergência, fiquei ainda esperando um tempao. O médico falou que ia me dar uns remédios para dor e um sedativo para eu dormir. Bem que ele tentou, mas não consegui hora nenhuma fechar os olhos e a dor continuava a ser fiel companheira.


Fiz um raio X, totalmente desnecessário, porque o médico nem sequer o consultou. Depois de mais 1 horinha de gemidos nos corredores da urgência, o medico decidiu resolver meu caso. Em um espaço de um minuto, deu umas torcidas e"pop", eis que o ombro volta ao seu lugar de origem, que alivio!

O braço continuava a doer, porém já era suportável. É a segunda vez que passo por essa experiência nada agradável. A ultima tinha sido a 7 anos atrás, enquanto eu tentava pegar ondas no Hawaii, o que por sinal foram elas que me pegaram.

Dia 19 de Outubro verei um especialista. Como ja é a segunda vez que acontece, talvez terei que fazer uma cirurgia para religar o que deveria estar ligado. À suivre...

Tenho que salientar que quando eu estava na urgência, eu tinha a impressao de estar em qualquer lugar, menos em uma urgência de hospital. O pessoal tava mais tranquilo que os caipira das Minhas Gerais. Passavam olhando para um lado, para o outro e assim iam... Isso me deixou um pouco chateado, porque sei que a coisa poderia ir muito mais rapido e ver aquele pessoal todo do lado de fora esperando com dor e o pessoal de dentro tao tranquilo... Ainda mais nos que moramos aqui no Quebec e vemos o quanto esse pessoal fala que trabalha em condiçoes desumanas, com salarios baixos etc. Vou mandar esse pessoal fazer um estagio no Joao XXIII em Belo Horizonte para verem o que é um urgência...

Abraços,
Rafael

3 commentaires:

Rebeca a dit...

KKKkkk, João XXIII aí já é demais né Rafa? Quando eu jogava vôlei (dos 10 aos 14)sempre tinha isso. A dor na hora é alucinante, mas meu ombro sempre voltou para o lugar na hora. No seu caso, acho melhor olhar com um especialista mesmo.

Beijos pra Paty Xodó!

Adilson a dit...

Caraca Rafa... cadê a equipe de massagistas e fisioterapeutas do grupo? hehehe
Saudade do voleizinho... Vai ficar mto tempo de molho?
Melhoras pra ti!
Adilson

Pipe & Renatinha a dit...

amigo rafa,
eu já estou expert em matéria de emergências no quebec. só no ano passado foram umas 5 vezes. Nunca fiquei menos de 4 horas e uma vez fiquei 7 e fui embora sem ser atendida.
na garderie ouço casos de arrepiar como uma criança de 14 meses que quebrou a perna e esperou 9 horas por atendimento e de uma mulher atropelada na rua que mesmo chegando de ambulância esperou umas 10 horas por atendimento e nesse tempo desmaiou 2 vezes!
taí uma coisa que o quebec precisa melhorar urgente. e taí uma coisa em que a gente é bom: a urgência do nosso hospital joão XXIII, pelo menos na parte de politraumatismo, já foi referência na américa latina.
melhoras pra vc
bjos

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