Quinta-feira, dia do tão esperado volei com os amigos. Depois de uma semaninha de um pouco de trabalho e estudos pela noite, la fui eu para mais uma partida com os amigos.
Normalmente nos reunimos nas terças e quintas pela noite, de 6 as 8. Como eu estou estudando na terça a noite, minha diversão se restringe uma vez na semana.
Fizemos o aquecimento habitual. Corta aqui, levanta ali, manchete acolá e um novo exercício que o Jerry tinha me ensinado no paredão. Tudo pronto para começar.
O jogo começa frio, cada qual olhando para o outro lado da quadra sem maiores aspirações. Na segunda bola do jogo, Thiago recebe de manchete, Jerry levanta perfeito, e eu, achando que era Vissotto, solto o braço, e sinto o braço literalmente soltar...
Caio no chão gritando de dor, sabendo que o ombro está em um lugar que ele não deveria estar, desgarrado do corpo. Nessa hora queria ter o conhecimento de como recolocar o ombro no lugar, mas nao o tinha.
Sei que tinha que ir ao hospital, mas qual, aonde? Eu nunca tinha ido a uma urgência de um hospital aqui no Quebec, a nao ser com uma turista Mexicana que passou todo o dia sentada para receber uns pontos.
Jerry e Thiago, sempre ao meu lado, me ajudaram a locomover. A dor era insuportável. Fomos ao hospital Juif (Judeu) e nos tomou uns 10 minutos até acharmos a urgência. Antes de qualquer coisa, passamos pela triagem. Uma enfermeira me pergunta o que aconteceu. Respondo sem querer falar demais, tentando assim amenizar a dor. Ela me coloca como prioridade e me manda registrar. Como eu não tenho meu dossier neste hospital passo por esta burocracia de nomes, endereços, alergias etc.
Nao tenho idéia de quanto vai durar. Estava apavorado com o pensamento que poderia passar toda a noite a espera. A dor parecia aumentar, talvez por ter me corpo ja frio a este momento. Tentamos ficar conversando para enganar o tempo. Logo surgiram as piadinhas que eu não estava sendo atendido porque tenho o sobrenome libanês, e digamos que Líbano e Israel não são os melhores amigos neste momento.
A Pat também veio ao meu socorro, liberando assim nossos amigos que pacientemente esperavam ali comigo. Fui chamado depois de 1 hora de espera. Dentro da area de emergência, fiquei ainda esperando um tempao. O médico falou que ia me dar uns remédios para dor e um sedativo para eu dormir. Bem que ele tentou, mas não consegui hora nenhuma fechar os olhos e a dor continuava a ser fiel companheira.
Fiz um raio X, totalmente desnecessário, porque o médico nem sequer o consultou. Depois de mais 1 horinha de gemidos nos corredores da urgência, o medico decidiu resolver meu caso. Em um espaço de um minuto, deu umas torcidas e"pop", eis que o ombro volta ao seu lugar de origem, que alivio!
O braço continuava a doer, porém já era suportável. É a segunda vez que passo por essa experiência nada agradável. A ultima tinha sido a 7 anos atrás, enquanto eu tentava pegar ondas no Hawaii, o que por sinal foram elas que me pegaram.
Dia 19 de Outubro verei um especialista. Como ja é a segunda vez que acontece, talvez terei que fazer uma cirurgia para religar o que deveria estar ligado. À suivre...
Tenho que salientar que quando eu estava na urgência, eu tinha a impressao de estar em qualquer lugar, menos em uma urgência de hospital. O pessoal tava mais tranquilo que os caipira das Minhas Gerais. Passavam olhando para um lado, para o outro e assim iam... Isso me deixou um pouco chateado, porque sei que a coisa poderia ir muito mais rapido e ver aquele pessoal todo do lado de fora esperando com dor e o pessoal de dentro tao tranquilo... Ainda mais nos que moramos aqui no Quebec e vemos o quanto esse pessoal fala que trabalha em condiçoes desumanas, com salarios baixos etc. Vou mandar esse pessoal fazer um estagio no Joao XXIII em Belo Horizonte para verem o que é um urgência...
Abraços,
Rafael
3 commentaires:
KKKkkk, João XXIII aí já é demais né Rafa? Quando eu jogava vôlei (dos 10 aos 14)sempre tinha isso. A dor na hora é alucinante, mas meu ombro sempre voltou para o lugar na hora. No seu caso, acho melhor olhar com um especialista mesmo.
Beijos pra Paty Xodó!
Caraca Rafa... cadê a equipe de massagistas e fisioterapeutas do grupo? hehehe
Saudade do voleizinho... Vai ficar mto tempo de molho?
Melhoras pra ti!
Adilson
amigo rafa,
eu já estou expert em matéria de emergências no quebec. só no ano passado foram umas 5 vezes. Nunca fiquei menos de 4 horas e uma vez fiquei 7 e fui embora sem ser atendida.
na garderie ouço casos de arrepiar como uma criança de 14 meses que quebrou a perna e esperou 9 horas por atendimento e de uma mulher atropelada na rua que mesmo chegando de ambulância esperou umas 10 horas por atendimento e nesse tempo desmaiou 2 vezes!
taí uma coisa que o quebec precisa melhorar urgente. e taí uma coisa em que a gente é bom: a urgência do nosso hospital joão XXIII, pelo menos na parte de politraumatismo, já foi referência na américa latina.
melhoras pra vc
bjos
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