Até chegar aqui...

Porque você não vai para o Canadá? Alertou-me um amigo. Naquele momento eu não pensava em sair do Brasil, mesmo porque eu acabara de voltar de 5 anos fora do país devido aos meus estudos.

O emprego já não estava lá estas coisas, o salário menos ainda. Tudo isso batido com a insegurança do país, a corrupção do governo (bem na época do nosso amigo Jefferson, Marcos Valério e cia) resolvi dar uma olhada no site (imigração-quebec.ca). Dei uma fuxicada nas informações e na mesma hora mandei uma mensagem para o celular da minha noiva, hoje minha esposa, com os seguintes dizeres. "Estamos indo para o Canadá, arrume suas malas, beijinho"

Resultado: no fim de Fevereiro de 2006 estávamos nos adentrando ao prédio do consulado geral de Quebec em Buenos Aires e entregando pessoalmente nossos documentos. "Agora eu acho que vai" comentei com minha esposa logo que entregamos nossa papelada.




Nosso primeiro contato mais de perto com o Quebec foi em uma palestra do Roch aqui em Belo Horizonte. Só faltou o avião da Air Canada do lado de fora do auditório para que todos os participantes pudessem embarcar imediatamente para Montreal. As palavras do Roch nos deixaram com aquele sentimento de "estou chegando no céu galera, só alegria, dinheiro e muito tempo para curtir a vida... Dá licença que estou entrando!"

Foram muitas pesquisas, sites, livros etc depois daquele momento. Fomos passando por várias fazes...

Chegamos para a entrevista. Todos falaram pra gente ficar calmo. Claro, porque ficaríamos nervosos? A entrevista é tranqüila, nós havíamos nos preparado. Ainda assim, não sei porque, meus joelhos começaram a bater palmas, ritmados com o meu coração, que parecia que eu tinha acabado de sair de um jogo de futebol.
"Bounjour monsier," falei como se estivesse com o domínio da situação.
Ouvimos o barulho da impressorazinha bendita imprimindo nosso CSQ. "Vocês foram aprovados," disse Monsier Cosineau. Esta frase doce e suave invadiu nossos ouvidos e nos abraçamos de alegria.

Preparamos a outra papelada, agora do processo Federal. Pagamos as taxas, e que taxas!, e enviamos nosso processo. Uma grande preocupação ainda me abatia. Eu tinha morado 5 anos nos Estados Unidos, logo, eu deveria mandar meu certificado de antecedentes criminais do Hawaii (Estadual) e do FBI (Federal). Isso merece uma nova postagem só para explicar este processo. Não sabia se eles iriam aceitar, rejeitar ou até quem sabe, um raio de sol iria ofuscar a visão do técnico que estava analisando meu processo e ele nem ia notar a falta destes documentos. É, mais isso não aconteceu e em agosto recebi uma carta falando que meu processo tinha sido aberto e que eu precisaria enviar os documentos restantes. "É parece que eles não caíram" Eu já tinha solicitado meus antecedentes criminais e estava aguardando, aguardando, aguardando, aguardando, zzzzzzz...
Que belo dia aquele, os pássaros cantavam nas árvores, os peixes nadavam livremente, e eu chegava do trabalho quando o porteiro do meu prédio me avisou que havia uma carta para mim. Quando ví o destinatário, meus olhos brilharam como brilha o olho do ganhador do bilhete da mega-sena. Aleluia!!

Dia 18 de dezembro, dia dos meus exames médicos. Estou até comendo mais "verdinhos" estes dias para ver se tampa o colesterol alto.
Espero que o Doutor seja gente boa e que ele vá com a minha cara. Mas se ele não for com a minha cara, pelo menos espero que minha saúde esteja boa.
Depois eu conto como foi nossa consulta,

Abraço a todos,
Rafael